domingo, 10 de junho de 2007


ERA UMA VEZ,

UM VENTO EMPESTADO...


No princípio, as trevas, a Divina Solidão e o trevo da Vila Favila. Era o caos e o cocô. Musas e solitárias. A poeira das estrelas e uns deuses a olho nu...

Tudo levaria o vento impetuoso dos óculos de sombra e dos anti-sépticos linguais. Chegavam os oio do cu...

Límpidos colírios e desinfetantes literários. O desentupidor nasal em forma de foguete e um detergente do qual não haveria razão alguma por que se duvidar.

Para encobrir as faces da escuridão, conteúdos vazios mais receitas no ponto de como se tornar um Ás da escrita.

E grassam pelo pampa as miraculosas fórmulas de São Luiz do Maranhão e Santo Antônio da Lisboa, São Francisco de Assis e Aparecida do Brasil.

Agora, face ao provável deslumbramento que alguma beleza estonteante nos ponha diante das vistas, aurículas e ventrículos devem-se educar para estarem a bater segundo as necessárias ponderações do poder moderador.

Moderex nas pessoas que são umas pinturas e nos quadros quase-gente ou paisagem, de tão às fronteiras do perfeito. Nem sempre o nu é uma belezura, no entanto, belezinha ou belezoca são beldades. Ninguém seria louco, mal-agradecido, degredado, de negar.

Seja grande ou pequeno, venha da natureza ou das artes, o Belo é mesmo uma beleza. Até santinhos, do paoco e de pau duro, alucinam sob efeitos dum que outro relampejar de roupa íntima, sagrado mistério gozoso.

Nem a Rexona Cotton nem o Moderatto Roll-On podem dar conta das 24 horas intensivas de proteções antiperspirantes que prometem seus anunciantes, quando avistamos bundas bem feitinhas, rígidas e sinuosas. Mil serpentes prontas ao bote. Mil e um perus a ponto de abate.

Curvadas nos balcões, em pé nas filas, nos corredores dos ônibus, ou a cada balouço nas esquinas e ruas por onde andamos, abismos de malícia se insinuam. Recôncavos para lá de escondidos, indecifráveis mistérios gloriosos.


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