Seriam as Índias. Cruzes de malta e gajos de boina cruzaram o mar salgado. Remavam as galés, mas nem os pezinhos botavam no mar. Aquém do Bojador, eram índios. Iludi-los com as contas dos colares, as miçangas, os canutilhos...
Cacos coloridos, espelhos quebrados. Bagulhos, bugingas mil. Cristal Cica, o elefantinho mais querido do Brasil. Viria então a catequese. Rezou-se a primeira missa. Foram atos inaugurais e fitinhas cortadas que não se acabam mais...
Os fedorentos estavam a vir-se para comer-cagar-cojer, três cosas que salen la vida. E ansí tudo valia as penas. Empanturraram-se de aves raras, bichos do mato e seus frutos. A flor silvestre e suas frutinhas. Açaí na tigela, pitanga, guabiroba.
E peixes que nunca haviam visto pratear. Botos cor-de-rosa, dourados, grumatãs e lambaris. As surubas e o surubi, sereias e mães d’água. Almas pequenas, foram além da dor de barriga, da desinteria, diarréia, escorbuto, gonorréia, piolho. Como se catavam, não sei se foi a pulga ou seria o percevejo?
Podres de relaxados, não tomavam banho nem se mandados pelos ingleses. Nem por súplicas da Santa Rita Helga ou do Frei José Durindana, do Caramuru. Gatos, larápios; loucos e traficantes —compra casada — era o que havia para enviar.
A bem da verdade, a brava gente lusitana roubava o que podia. Ergueu fortalezas para defender seus interesses, ganhos de grátis e na moleza. Quartos de léguas ao quadrado, ao cubo, ao N... Sesmarias largas e Nadir Figueiredo para os pobres-diabos.
Lusos de Açores, da península, das ilhas Madeira e doquieras, diziam enfrentar o arco e a flecha. Tapes e tacapes. Arachanes y Patos, quiçás os Chanás. E por haverem caminhado sobre as ondas com pés de chumbo, podiam devorar frangos inteiros. Tal e qual Dom João VI, o “Pega-Ouro e Si-Arranca”.
E por terem vencido a ponte instável e prolixa que apartava o Ocidente dos demais, acharam por bem comer as nossas vovozinhas. Merecidos troféus aos desavisados navegantes, em função dos quais, muitos outros vieram.
Suas mães a chorar, os filhos a rezarem, as noivas a ficarem pra titia. Oh, Santo Antoninho de Lisboa, colocá-lo de molho, cabeça para baixo no copo d’água. Esse sim que se banhava.
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