sábado, 16 de junho de 2007


A MINUANA E O GUARANI

Perguntaram se Ela porventura não seria parenta de Margarette, contudo, não especificaram qual a Margarete. Se for a Moraes, tem parentesco, sim, com a vereadora de Port’Aléri. Uns bons milímetros da mesma pele vermelha dessa edílica, também ex-secretária de cultura. Ambas as primas, vereadora e estancieira, revelam-se aparentadas, em grau longínquo, do contemporâneo proprietário da churrascaria Butecão do Morais.

Desde o fim do século XVIII, os antepassados da Eclética Aleretchiense estavam nesse pedaço de chão, ainda membro do Rio Grande do Sul. Foi até onde se pôde chegar pelo DNA de Jacyra Carió. A índia da pele morena, da boca pequena e da tribo dos Minuanos, nada sabia das fronteiras, mas ouvira falar de uma mesopotâmia, que viria a ficar do lado de lá: Corrientes e Misiones, Entre-Rios y Santa Fé.

Nas bandas de cá das Tordesilhas, esta terra adorada pela indiazinha limitava-se aos caudais do Cuaraim e do Ibirapuitanga, Ibicuhy e Uruguay, sendo, por isso, também Entre-Rios. Graças à virgem Maria, aos bordos e cantos, a santos do céu e a uma pedrada, a coroa portuguesa conquistara os limites ao Norte do Ibicuhy.

Pois-que o índio Morahy, da Nação Tape, aportara no Ibirapuitã em 1801 e em seguidita conhecera Jacyra. Nos tempos em que a Guarda Real e os bandeirantes caçavam indígenas, nascera quem promoveria uma desejada união de Guaranis e Pampeanos: a intrépida Pitanguy. Batizada pelas leis do cristianismo como Lucrécia Bórgia, vem a ser uma das antepassadas indígenas de Dona Fê.

O Morahy dava indicação de uma das procedências dos antepassados d’Essa, da qual se fala — O Rio das Amoras — ocupando hoje, a micro-região de Frederico Westphalen. O gentílico guaranítico adaptou-se à língua portuguesa sob duas formas: com o E (de estrela), como Moraes, ou com a vogal I (de Imperatriz), em Morais.

Nossa Aleretchiense mais a Margarete Moraes, do balenário de Iraí, unem por laços e mililitros de seus sangues, vermelhíssimos, aquilo que o rio Uruguai separara. Juntam-se, uma pelo Sul e a outra, pelo Norte, o ex-estado sul-rio-grandense. Duas metades de uma laranja azeda.

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