quarta-feira, 4 de julho de 2007

ALEGRETE[1]

Alegrete, para quem nunca ouviu na sua vida o hino oficial, “salva, augusta e bela”, era freguesa do primeiro entre os Sete Povos: o cabeção Francisco de Borja. Por aqui, não escasseariam as santidades...

Para as cousas perdidas, tirar o filhinho do Antônio, botar n’água gelada, de batina marrom e tudo retorna ao devido lugar. Como o casal real, que se foi do Brasil, deixando a bucha para Dão Pedro Primeiro, longínquo parente do rei Príapo de Tróia.

Se não voltar o que se deseja, saltitos para São Longuinho; quanto maior a perda, saltitar mais e dê-lhe que te dê-lhe em pulos! Muito ao alto, agrava-se a queda e o sentimento dela.

Por isso a chuva, quando chove, resmunga, chora, faz barulho no telhado e joga pedra. Relampeia, troveja, relampeja-se. Aí será com Santa Bárbara e São Jerônimo. A cruz de sal no fogão e os pedacinhos da palma benta para queimar. Cruz de pau, cruz de ferro, quem não respeitar, o que fará quando tudo arde no fogo do inferno?

Foi assim que, à sombra de um desses instrumentos de suplício, e nele escrito como nas estrelas, o povoado aquele, todo Fênix, ressurgira das cinzas da Queimada Capela. Os braços fortes dos antigos habitantes conquistaram outro chão, às esquerdas margens plácidas do mesmo caudal das madeiras vermelhas, corticeiras e arrayanes.

Por causa delas, Walt Disney, criador de ratinhos e pai do Mickey, da Minie, do Ranulfo, desenhou o bosque do Bambi. Daí tanto guri sem pai de nome Valdisnei nesta costa do Uruguay, meu velho pago querido. Não se podia prevenir, camisinha só para os lampiões e os liquinhos, fazê-las com quê? Tripas de encher calabresa?

Trema na lingüiça porque o átono “u” vale meio. U das Guianas é tônico audível, valor de um não leva os pingos nos is. Uma das lições de Dona Domingas, vinda de uma região d’Itália entre a Calábria e a Basilicatta. Porém, isso vai ser assunto para outro século, uma questão apenas de didática e planejamento.


[1] História tão psicografada quanto a novela Código da Vinci: a revolta de Cangaya.

Nenhum comentário: