quarta-feira, 29 de agosto de 2007


O POVOADO E A CAPELINHA DA CONCEIÇÃO

O Povoado dos Aparecidos fixara-se na segunda década do século XIX, o sangrento. Começara como um camping militar na volta do Inhanduy, o córrego de nativas avestruzes, onde essas grandes aves corriam. Lindas, leves e soltas.

Eram as ñandus do pago, que iram desaparecer por causa do carnaval. Daí o nome do arroio, como visto, e das quebradas, donde tiraram as pedras mouras. Aqueles que não tinham pecados, arremessavam-nas contra Madalenas: a que se arrependia e a do bem-querer; a que ficava certa quando seu amor despertava e a que choraria, buscando se consolada.

Quem ajuda é o Senhor do Bonfim. Confiando n’Ele, os pecadores entravam no beco, saíam de beco e jogavam Três Marias. Também ergueram a Capela de Nossa Senhora Aparecida, com as pedrinhas essas, que se esfarelavam entre os dedos e nas bocas de Adolfos e de Alfredos.

Todavia, mesclando-se as pedras polvorentas com o azeite de uma baleia e sangues de muito índio, produziram a massa argilosa. Utilizaram tal cimento, ou argamassa, para construir a capelinha, anteriormente citada, e ardida na chama crioula de setembro de 1816. Enquanto Auguste Saint-Hilaire, o botânico, percorria estes descampados, tenebroso incêndio destruiu o povoadinho e a capela.

O ataque incendiário foi comandado por controle remoto, desde o Arapehy, pelas tropas do General Las Torres Gemelas. Os casteiano não se arrependeram, diziam que bem o fizeram, pois-que “onde junta milico e padre, pode contar que não presta”. Os Orientais incendiaram tudo, se lo quemaran tudito. Eram hombres dos Artigas, de Don José Gervásio e seu filho, Andrecito, como eu.

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